sábado, 31 de dezembro de 2011

2011... Retrospectiva, ilusões perdidas e algumas expectativas

Sempre depois de assistir a programas de retrospectivas fico me perguntando se um dia eu vou conseguir fazer algo parecido, mas com a minha vida. Queria condensar tudo que me aconteceu em 2011, com as devidas proporções e inspirações de cada fato marcante. Mas sempre deixo algo de fora... Mas, numa teimosa tentativa, estou eu aqui, vamo ver no que vai dar...
Comecei 2011 com um peso enorme no coração para tomar algumas decisões. Aliás, se esse ano tivesse um tema, talvez fosse algo assim: o Ano das Decisões. Acho que não só pra mim, mas creio que 2011 foi um divisor de águas na vida de muita gente que conheço e nas mais diversas áreas.
Diferentes direcionamentos, alguns sonhos frustrados, planos que não saíram do papel. Também inusitados reencontros, algumas descobertas e surpresas grandes e pequenas. Crises. Rompimentos. Alegrias. Turbilhão de emoções e sentimentos. É, 2011 foi um ano e tanto!
Depois de cinco anos morando numa agência missionária, viajando pelo Brasil afora, implantando projetos, desenvolvendo comunidades carentes, conhecendo pessoas e suas histórias, volto à carreira jornalística – da qual, no íntimo, nunca me separei. Voltar ao jornal A Tribuna não foi planejado. Não foi nem sequer desejado, mas estou muito feliz, principalmente da forma como tudo aconteceu. “A menina entusiasmada que corria em busca da manchete policial voltou, reformulada, mas com a mesma essência”, ouvi de um colega de trabalho que me descrevia durante uma confraternização.
Foi difícil deixar a base da Jocum. Acho que no fundo continuo ligada pelo DNA, mas não estar mais lá deixou em mim um buraco, difícil de ser preenchido. Os últimos cinco anos foram os mais fascinantes da minha vida e, no início, fiquei apavorada com a possibilidade de viver distante de tudo que eu passei nesse tempo. Mas, sei que a decisão de atuar num outro campo foi certeira.
De carona também decidi ter uma vida cristã mais simples. Fora da instituição e longe de ritos e títulos. Decidi apenas caminhar com Cristo. Sendo motivada apenas por Ele para fazer e não fazer. Permitir que Ele me fale ao ouvido. Ser a igreja, tão amada! Também não foi nada fácil me desligar da instituição religiosa a qual fazia parte há 11 anos. E apesar de ter convicção de estar fazendo a coisa certa, foi um processo bastante traumático. Sobretudo por amor às pessoas. Muitos relacionamentos foram perdidos, outros estão em stand by. E eu chorei, chorei muito.
E se for pra falar de lágrimas, também chorei de solidão, também chorei de raiva, também chorei de amor... Meu coração, insensato, fugiu de mim e foi passear em terreno perigoso, no campo da paixão. Eu disse para ele não ir, mas teimoso que é não quis ouvir o conselho da razão. E, como já era de se esperar, voltou miúdo, diluído em mil pedaços. Solitário, ferido e sem esperanças...
Se pudesse dividir minha vida em quatro estações, talvez essa experiência seria o “meu outono”. Amor não correspondido consegue deixar o clima cinza, o vento frio, as folhas mortas ao chão... É triste e ruim, mas foi só o início do inverno que ainda haveria de vir.
E no “meu inverno” eu briguei com Deus. Fiquei dias sem falar com meu melhor amigo... Fiz pirraça, bati o pé, fiz biquinho e me escondi (é possível?). Queria respostas, explicações, satisfações... Tudo que eu não tenho direito, mas que meu orgulho exigia. E por não compreender, fiquei magoada e me afastei.
Estava em crise. Uma tempestade de neve se formou dentro de mim. A liberdade que tenho hoje não é só boa. Ela traz na mala também responsabilidades. E administrar tamanha luz às vezes se torna complicado. Minha mente sabe o que é certo, mas meu coração é teimoso. Como vencer essa enorme distância de 30 cm entre minha mente e meu coração?
Mas, em meio a um tenebroso inverno, embarquei na aventura de conhecer e experimentar profundamente o amor de Deus. Sem religião, apenas o amor de Deus. Comecei com medo, mas acreditando no amor que lança fora todo o medo. Tenho encontrado a porção exata capaz de preencher o vazio, curar a ferida e perpetuar o meu sorriso. Tem sido uma jornada interessante, de descobertas e de esperança, mas que está apenas começando... São apenas os primeiros raios de Sol da primavera.
Não posso negar que 2011 também me trouxe muitas alegrias. Conheci pessoas fantásticas, pude aprofundar amizades antes superficiais, compartilhar de momentos incríveis... Matei a saudade de amigos longínquos, me regozijei em colocar minhas habilidades, dons e talentos em prol de nobres projetos, tomei sorvete, fui ao cinema, brinquei com crianças, eu sorri. E por muitas vezes não segurei o sorriso de menina na vida de mulher madura que ainda estou a me acostumar.
Não tenho muitos planos para 2012 a não ser que seja verdadeiramente um Ano Novo, NOVO! Não quero insistir em andar em caminhos que não merecem ser percorridos. Também espero ter aprendido com os erros deste ano. Quero falhar menos. Mas se ainda assim eu errar, vou me perdoar. Prometo! Quero ter uma alegria plena e uma vida de significado, seja qual for a estação.
Se estou preparada para 2012? Não sei. Estou de tênis: pronta para caminhar. Também estou leve: larguei a bagagem pesada que 2011 me trouxe. Estou disposta: não vou parar. Estou viva: então, por maiores que sejam os desafios que 2012 me propõem, ainda há esperança. E sempre haverá... =)
E que essa esperança nos acompanhe durante todo ano. Amém!

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