Essa história se passa no século 8 antes de Cristo. É uma história de amor, de amor incondicional. Gômer era mulher, filha de Diblaim e prostituta. Oséias era homem, filho de Beeri e profeta. O caminho deles jamais se cruzaria. Era como se um seguisse para a esquerda enquanto o outro firmemente corria para a direita. Oséias vivia para agradar a Deus. Gômer para satisfazer seus amantes. Oséias era admirado e honrado pelas autoridades civis e eclesiásticas. Gômer era desprezada e humilhada. Apontada de longe pelas outras mulheres e usada, como objeto, pelos homens. Oséias era o porta-voz do amor de Deus. Gômer não sabia o que era amor.
E foi esse amor, desconhecido por Gômer, que juntou a vida dos dois.
Num belo dia, quando conversava com Deus, Oséias ouviu uma estranha orientação: era para ele se casar com uma mulher adúltera. Que inusitado! A ordem de se casar já era por si estranha, mas se casar com uma mulher adúltera? Era demais! Quando sabemos de alguma pessoa querida que vai se casar logo perguntamos: “Com quem?”. A preocupação é para saber se a outra pessoa está à altura, se é tão bonito, tão bom, tão legal, tão merecedor para se casar com alguém tão estimado. Creio que esse juízo de valores não era diferente naquela época. Um profeta casar-se com uma prostituta? Que babado! Que escândalo!
Oséias casou com Gômer. Levou-a para sua casa. Deu-lhe seu sobrenome. Comprou-lhe roupas novas. Sentou com ela à mesa. Ele a amou. Teve com ela 3 filhos. Dividiu a sua vida, compartilhou seu coração.
Os anos se passaram, os dois tinham uma vida em comum. Tinham, até Gômer sentir saudade da sua velha vida e voltar para os seus amantes. Ela abandonou seu lar, seu esposo, seus filhos e voltou para as ruas, voltou a se prostituir.
Não consigo imaginar a dor de Oséias. Mas, era a mesma dor de Deus. O casamento de Oséias com Gômer era o símbolo do casamento de Deus conosco. Éramos prostitutos, adúlteros e não conhecíamos o amor verdadeiro. Até que O AMOR entrou em cena. Ele se apresentou a nós e transformou nossa vida. Mas, errantes que somos, demos as costas para ele e voltamos para o lugar de onde viemos.
Oséias poderia ter matado Gômer. Ele poderia tê-la riscado da sua vida. Ele poderia também virar as costas para ela. Mas não foi isso que ele fez. E ele ouviu o que era pra fazer:
“Vá, trate novamente com amor sua mulher, apesar de ela ser amada por outro e ser adúltera. Ame-a como o Senhor ama os israelitas, apesar de eles se voltarem para outros deuses”.
Difícil não? Oséias tinha que perdoar a sua esposa e não só isso. Deveria tratá-la com amor e trazê-la novamente para casa. “Por isso eu a comprei por 180 gramas de prata e um barril e meio de cevada. E eu lhe disse: Você viverá comigo por muitos dias; não será mais prostituta nem pertencerá a nenhum outro homem, e eu viverei com você”.
Fico tentando imaginar aquele dia. Oséias sai de casa, com todas as suas economias, e vai até a casa de prostituição, onde Gômer trabalhava para um cafetão e se prostituía dia e noite. Ele entra na casa. Vê sua mulher seminua, se humilhando para receber uns trocados ou um prato de comida. Ela chora. Ela está arrependida de tudo que deixou para trás. Ela está com saudades dos filhos.
Ele se aproxima. O marido traído que abriu mão do seu orgulho coloca agora todo o dinheiro que tem em cima da mesa, olha nos olhos de Gômer e diz: “Venha. Eu me casarei com você de novo e agora para sempre. Eu me casarei com você com justiça e retidão, com amor e compaixão. Venha, vamos voltar para nossa casa, para nossos filhos. Venha, eu vim te buscar!” Consegue vislumbrar o rosto mergulhado em lágrimas de Gômer?
Rsrs... Não, não dá pra entender esse amor. Porque esse não é o amor de nenhum homem. Nenhum dos amantes de Gômer poderia amá-la dessa forma. Esse é o amor incondicional de Deus.
O amor de Deus não se baseia no que eu faço ou deixo de fazer. Não há nada que eu possa fazer para que Ele me ame mais ou menos. Ele me ama e pronto. O amor de Deus não se baseia no meu reconhecimento. Antes de o conhecer, Ele já me amava. O amor de Deus não é vingativo e nem se baseia na justiça própria. Perdão é seu início, misericórdia é seu alimento.
Eu me identifico com Gômer. Eu sou esta mulher indigna. Nada mereço. Nada tenho. Nada sou. Mas, sabe... ELE ME AMA! Com um amor sincero, desprovido de interesse e incondicional. E justamente a mim, que nem O conhecia...
domingo, 20 de novembro de 2011
sábado, 5 de novembro de 2011
Eu, a escuridão e o cuidado de Deus
Eram 7h30 e eu tomava banho para ir ao serviço quando o chuveiro ficou gelado. O problema não era no chuveiro, já que eu o trocara há apenas dois dias, e verifiquei depois que todo meu apartamento estava sem luz. “Normal”, pensei. No mínimo deveria ser manutenção da Escelsa, a empresa que presta serviço de iluminação.
Fui trabalhar, tive um bom dia de trabalho. De lá fui a um chá de fraldas muito legal e, por volta das 20h20 cheguei de volta em casa. Abro a porta, toco o interruptor e cadê a luz? Nada. Olhei pela janela e percebi que o problema era só no meu apartamento. Há 12 horas sem luz, o que haveria acontecido?
As contas estavam pagas. O dijuntor de luz não estava quebrado, não houve pane no sistema. Não havia rastro de nada de errado, mas porque então, não havia energia elétrica na minha casa? Por um momento, olhei ao redor e senti o frio irritante da solidão. Já era noite, estava tudo escuro, eu estava cansada e sozinha e com um problema que eu não fazia ideia de como resolver.
Tentei ligar para uma amiga aqui do condomínio e ela não estava em casa. Liguei para a portaria e ele não conhecia nenhum eletricista. Coloquei o interfone no gancho, sentei em meu sofá e no meio do escuro comecei a chorar. E chorei. Sozinha...
Incrível como tantas coisas passaram em minha cabeça numa fração de segundos. Pensei em todas as minhas comidas que estavam na geladeira e iriam se estragar. Pensei nos planos que eu tinha feito para a noite e que seriam frustrados com a falta de luz. Pensei e me lamentei com Deus por não ter um marido que pudesse cuidar de coisas como essas e me acalmar e com certeza eu não estaria chorando...
Pensei em como sou impotente. Em como sou frágil. Em como sou insegura. Em como sou necessitada.
Na última possibilidade de ajuda que me vinha à cabeça, liguei para o meu irmão. Ele estava na casa da namorada, que fica perto da minha, e havia planejado assistir um filme com ela. Pedi para ele vir ao meu encontro. E ele veio.
Confesso que senti mais segurança ao ver meu irmão chegando. Apesar de não entender nada de eletricidade, ele tentou ajudar de todas as formas possíveis. Ele era a primeira provisão de Deus. Ele foi à portaria, foi olhar o relógio de luz central e descobriu que o meu, apenas o meu, estava queimado.
O porteiro me orientou a ligar para a Escelsa, a vizinha ao me ver no escuro me deu duas velas, meu irmão, se acomodou no sofá e começou a conversar. Eu estava nervosa, mas Deus estava providenciando tudo.
O tempo foi passando e a conversa com meu irmão foi me deixando mais calma. Falamos sobre Deus, sobre a vida dEle em nós, sobre sua forma de agir e sem perceber estava exatamente vivendo a nossa conversa.
A fome chegou e mesmo no escuro decidi fazer algo para comer. Preparei a mesa, à luz de velas, para o jantar entre eu e meu irmão. Antes de comer, chorando, agradeci, lembrando da parte da Bíblia que diz que em tudo podemos dar graças. A comida ficou boa, a conversa estava edificante e meu coração ficou tranquilo quando entreguei tudo nas mãos do Pai. E, na última garfada do nosso jantar, os técnicos da companhia de luz elétrica chegaram para resolver o problema. E em 10 minutos resolveram.
A energia foi restabelecida, minha geladeira voltou a funcionar e as comidas não se estragaram, nenhum equipamento pifou e meu irmão foi embora.
Olhando para toda essa situação percebo o cuidado de Deus em tudo. Ele me deu segurança através do meu irmão, me deu orientação através do porteiro, me deu provisão através da vizinha... Deus cuidou de mim. Ele cuida de nós. Ele é nosso pai, é nosso irmão, é nosso marido. Ninguém nunca estará sozinho, enquanto estiver com o Senhor. Nem mesmo quando tudo tiver escuro... Ele é a luz, Ele é a lâmpada! Como Ele me constrange com sua fidelidade, com sua bondade e com seu amor que me sustentam hoje e que duram para sempre e sempre e sempre...
Fui trabalhar, tive um bom dia de trabalho. De lá fui a um chá de fraldas muito legal e, por volta das 20h20 cheguei de volta em casa. Abro a porta, toco o interruptor e cadê a luz? Nada. Olhei pela janela e percebi que o problema era só no meu apartamento. Há 12 horas sem luz, o que haveria acontecido?
As contas estavam pagas. O dijuntor de luz não estava quebrado, não houve pane no sistema. Não havia rastro de nada de errado, mas porque então, não havia energia elétrica na minha casa? Por um momento, olhei ao redor e senti o frio irritante da solidão. Já era noite, estava tudo escuro, eu estava cansada e sozinha e com um problema que eu não fazia ideia de como resolver.
Tentei ligar para uma amiga aqui do condomínio e ela não estava em casa. Liguei para a portaria e ele não conhecia nenhum eletricista. Coloquei o interfone no gancho, sentei em meu sofá e no meio do escuro comecei a chorar. E chorei. Sozinha...
Incrível como tantas coisas passaram em minha cabeça numa fração de segundos. Pensei em todas as minhas comidas que estavam na geladeira e iriam se estragar. Pensei nos planos que eu tinha feito para a noite e que seriam frustrados com a falta de luz. Pensei e me lamentei com Deus por não ter um marido que pudesse cuidar de coisas como essas e me acalmar e com certeza eu não estaria chorando...
Pensei em como sou impotente. Em como sou frágil. Em como sou insegura. Em como sou necessitada.
Na última possibilidade de ajuda que me vinha à cabeça, liguei para o meu irmão. Ele estava na casa da namorada, que fica perto da minha, e havia planejado assistir um filme com ela. Pedi para ele vir ao meu encontro. E ele veio.
Confesso que senti mais segurança ao ver meu irmão chegando. Apesar de não entender nada de eletricidade, ele tentou ajudar de todas as formas possíveis. Ele era a primeira provisão de Deus. Ele foi à portaria, foi olhar o relógio de luz central e descobriu que o meu, apenas o meu, estava queimado.
O porteiro me orientou a ligar para a Escelsa, a vizinha ao me ver no escuro me deu duas velas, meu irmão, se acomodou no sofá e começou a conversar. Eu estava nervosa, mas Deus estava providenciando tudo.
O tempo foi passando e a conversa com meu irmão foi me deixando mais calma. Falamos sobre Deus, sobre a vida dEle em nós, sobre sua forma de agir e sem perceber estava exatamente vivendo a nossa conversa.
A fome chegou e mesmo no escuro decidi fazer algo para comer. Preparei a mesa, à luz de velas, para o jantar entre eu e meu irmão. Antes de comer, chorando, agradeci, lembrando da parte da Bíblia que diz que em tudo podemos dar graças. A comida ficou boa, a conversa estava edificante e meu coração ficou tranquilo quando entreguei tudo nas mãos do Pai. E, na última garfada do nosso jantar, os técnicos da companhia de luz elétrica chegaram para resolver o problema. E em 10 minutos resolveram.
A energia foi restabelecida, minha geladeira voltou a funcionar e as comidas não se estragaram, nenhum equipamento pifou e meu irmão foi embora.
Olhando para toda essa situação percebo o cuidado de Deus em tudo. Ele me deu segurança através do meu irmão, me deu orientação através do porteiro, me deu provisão através da vizinha... Deus cuidou de mim. Ele cuida de nós. Ele é nosso pai, é nosso irmão, é nosso marido. Ninguém nunca estará sozinho, enquanto estiver com o Senhor. Nem mesmo quando tudo tiver escuro... Ele é a luz, Ele é a lâmpada! Como Ele me constrange com sua fidelidade, com sua bondade e com seu amor que me sustentam hoje e que duram para sempre e sempre e sempre...
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