É normal ao fim de cada ano olharmos para trás e fazermos um balanço sobre como foi a passagem de mais uma temporada. Não sei quem nos ensinou a ter essa postura, mas isso nos leva à reflexão e normalmente nos dá como resposta um ‘termômetro’ a ser usado no próximo ano. Tentamos então, para o futuro, melhorar o que fizemos bem e evitar o que fizemos mal.
Mas antes de falar de como foi o meu ano, gostaria de compartilhar sobre um episódio da série Nooma, do pastor Rob Bell, chamado Rain (Chuva), que assisti por esses dias. Talvez eu o consiga postar aqui no blog. E nesse episódio, o pastor conta uma experiência marcante que ele teve com o filho de um ano de idade. Num belo dia ensolarado, os dois saíram a passear pela floresta (não, não é a história da Chapeuzinho Vermelho!). O bebê estava numa dessas mochilas para carregar bebê, nas costas do pai, e os dois apreciavam o cenário de árvores, pássaros e barulhos exóticos. Foi aí que, de repente, começou a chover e o pai retornou, porém, ele já tinha andado bastante e mesmo que ele corresse não poderia evitar que seu bebê tomasse toda aquela chuva torrencial que caía.
O bebê ficou com medo dos raios e trovões e começou a chorar, a gritar, a berrar com toda a força dos seus pulmões e o pai o tirou do carregador e o colocou de encontro ao seu peito, tentando ao máximo protegê-lo, sussurrando ao seu ouvido que ele o amava e que estava ali. Eles chegaram em casa e para Rob foi a experiência mais íntima, mais profunda, mais marcante que ele tinha tido com seu filho.
No entanto, imagine que o bebê cresça e questione ao seu pai do porquê dele ter permitido que ele passasse por aquela tempestade. Talvez ele falaria coisas do tipo: “Você não me ama, porque se me amasse não permitiria que eu passasse por isso!” ou “Onde você estava quando eu chorei, quando eu gritei? Você me deixou sozinho!” ou ainda “Por que você não fez nada?”. Quão frustrante seria para o pai ouvir tais perguntas da experiência que ele imaginava ser a melhor de suas vidas.
Assistir a essa história foi impactante pra mim, porque olhando para os últimos 12 meses, posso dizer que eu tive um ano bastante difícil. Talvez o mais difícil desde 1998. Atravessei um deserto de perdas, conflitos e trevas profundas que me deixaram à beira de uma crise emocional e existencial. Engoli lágrimas amargas, desabei diante de gigantes que só eu enxergava, por várias vezes perdi a batalha contra mim mesmo. Eu me sentia sozinha, incompreendida e perdida. E não foram poucas as vezes nesse período que, insensatamente, questionei a soberania e o amor de Deus por mim.
Ao escrever sobre o ano de 2009 confesso que as primeiras lembranças são desse período de lutas e tempestades e por isso nutri o desejo de que o ano terminasse depressa. Não que eu acredite que possa haver um passe de mágica na passagem de 31 de dezembro, mas a gente aprende a acreditar que algumas coisas só o tempo pode resolver. Mas ainda que sejam as primeiras lembranças, essas não são de forma alguma, as que mais pesam na balança.
Percebi que mesmo diante de tudo isso, em todo o tempo, ao longo deste ano, o Pai estava comigo. Ele não queria que eu passasse pela tempestade, mas Ele a passou comigo, me ajudando a crescer, a mudar, a abandonar comportamentos destrutivos e a, principalmente, olhar para Ele.
Ele me apertou bem forte contra seu peito quando eu senti medo dos raios e trovões...
Ele me carregou nos braços quando eu não tinha mais forças para caminhar...
Ele disse que me amava e que estava perto quando eu mais me senti sozinha...
Ele me fez entender que ainda que a minha tempestade durasse um ano, a alegria brilharia ao amanhecer...
E isso faz toda a diferença! Sim, foram momentos difíceis, mas hoje – mais forte e curada – também me sinto mais preparada para os desafios que se aproximam. É como se apenas agora a primavera começasse a florescer. Claro, há sempre ‘N’ coisas para se aprender, mas uma coisa é certa: Eu não sou mais a mesma Fabiana e, já passada a chuva, posso olhar para o céu e ver as nuvens carregadas dando espaço aos raios de Sol e ao lindo arco-íris que me traz à memória a aliança eterna de Deus para comigo!
Desafios
- Bom, e como o tempo não pára, semana que vem estou viajando para a Assembléia Nacional da Jocum em Goiás. Peço que orem por mim, pela viagem e para que o tempo lá seja bem edificante.
- Também estou levantando mantenedores que desejam caminhar comigo durante o próximo ano. Quero te desafiar a orar sobre isso. Você pode somar comigo!
- Ainda estou orando por uma filmadora profissional para desenvolver os documentários com fundamentos cristãos em nossa base. Fique bem à vontade para ser resposta nesse propósito.
E para aqueles que não falarei até o final do ano, desejo que tenham um feliz natal e que Deus possa renovar os sonhos de cada um para o ano que se aproxima. Que venha 2010!
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