Queimada pelo Sol, castigada pelo tempo, as marcas no seu rosto retratam as experiências que viveu.
Seus ombros se curvam, mas não caem, eles suportam um peso que é só seu.
E se na jornada da vida eu pergunto seu nome, você me diz: “Ninguém é tão forte como eu!”
Por humilhação já passou, por injustiça também. Ninguém sabe que antes você foi tratada com desdém.
Se no coração há uma tristeza, esquecer te fará bem. Mas perdoar nunca foi fácil e nunca será para ninguém.
E se na jornada da vida eu pergunto o seu nome, você me diz: “Sou tão comum como qualquer alguém!”.
Se te faço perguntas é para saber quem você é.
Para tentar descobrir a dor, o prazer e a garra de ser mulher.
Não terei as tuas mãos, as mesmas da disciplina e do cafuné.
Mas posso acompanhar os teus passos, seguindo perto, seguindo a pé.
E nessa jornada da vida, mais uma vez eu pergunto seu nome e você me diz: “Sou tão peregrina, venha ver como é que é!”
Fortaleça seus braços e de dignidade se vista.
Não olhe o passado, mas diante do futuro, sorria.
Esse é o seu galardão, esta é a sua vida.
Que na cruz foi resgatada e por Cristo redimida.
Ele levanta seu rosto, te olha nos olhos e de uma vez por todas o teu nome pronuncia: “Tão mulher, tão bela, TÃODIGNA!”
P.S.: Fiz esse poema para a primeira formatura. TãoDignas é o nome do grupo de mulheres da comunidade de Flexal 2 que caminha junto com a gente já há mais de 2 anos. Hoje, elas têm uma cooperativa de costura. Deus tem feito grandes coisas entre elas.